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Nós convidamos a CBF a trazer reformas de igualdade de gênero para o Brasil

Silvana Vilodre Goellner 16 de setembro de 2020

O dia 2 de setembro de 2020 é um marco para o futebol brasileiro. Rogério Caboclo, Presidente da CBF, anunciou a contratação de Aline Pellegrino e Eduarda Marranghello Luizelli (Duda) para assumirem cargos de comando voltados para o desenvolvimento do futebol de mulheres. Anunciou também algo inédito em nosso país: igualdade de gênero no pagamento de diárias e premiações.[1] Nas palavras do Presidente:

“Aquilo que os homens recebem por convocação diária, elas também recebem. O que elas vão ganhar de premiação pela conquista ou por etapas das Olimpíadas do ano que vem será o mesmo que os homens. Copa do Mundo será igual proporcionalmente ao que a FIFA oferece. Ou seja, não há mais diferença de gênero em relação à remuneração entre homens e mulheres”[2].

Quem conhece a história do futebol de mulheres, se interessa por ele ou luta pelo seu aprimoramento sabe o quão importante foi essa notícia. Ter mulheres com experiência na modalidade em cargos de comando e decisão é fundamental para a elaboração de estratégias para o seu desenvolvimento e consolidação. Pagamento igual, direitos de imagem iguais, condições de treinamento iguais, estrutura igual, volume de competições iguais, uniformes e material de treino iguais são algumas das reivindicações que têm pautado diferentes manifestações voltadas para minimizar as desigualdades de gênero existentes na instituição que rege o futebol nacional.

Se o recente pode ser observado como histórico, quero aqui registrar que ele tem história e resulta, também, de diversas lutas, algumas delas protagonizadas por jogadoras e ex-jogadoras que em diferentes oportunidades vieram a público pedir melhorias.

Em novembro de 2015, tive a oportunidade de entrevistar Sisleide do Amor Lima (Sissi), em sua residência na Califórnia (EUA), onde reside desde 2001. Camisa 10 da seleção, Bola de Prata da Adidas em 2000, FIFA Legend desde 2016 e 5ª maior jogadora do século XX, segundo a Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS), a atleta fez história dentro e fora do campo.

Há muito tem sido uma voz em defesa da igualdade de gênero no futebol nacional, postura que lhe causou retaliações como, por exemplo, a não convocação para a Copa do Mundo de 2003, realizada nos EUA “devido ao boicote que sofreu por externar críticas à maneira como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) conduzia o futebol feminino e reivindicar condições justas de trabalho, como a valorização das diárias pagas às atletas a serviço da seleção”[3]. Em nosso encontro declarou:

“A gente vem batendo na tecla com relação ao Brasil desde quando jogava na seleção brasileira e sempre falavam: ‘Vão acontecer mudanças’. Mas elas nunca saíram do papel, ficaram só nas promessas. Assim, até entendo que fica difícil para as meninas que estão nessa nova geração acreditarem, porque elas também estão vivenciando isso e as promessas são quase as mesmas de uns anos atrás de quando a gente estava”[4].

Além de Sissi, várias outras jogadoras em diferentes tempos e espaços vieram a público tanto para demonstrar insatisfação quanto solicitar apoio. Sem querer cometer injustiças ou provocar silenciamentos, quero registrar que neste texto vou rememorar apenas alguns atos de protesto, seja porque os acompanhei de perto, seja porque deles participei.

No dia 30 de setembro de 2007, na final da Copa do Mundo de Futebol Feminino, realizada no Estádio Hongkou, em Xangai, ao subir ao pódio para receber a medalha pela conquista da segunda colocação – feito inédito e importante para o esporte nacional – as jogadoras protagonizaram um ato que surpreendeu quem assistia à transmissão: elas ergueram uma faixa com os dizeres “Brasil, precisamos de apoio”[5].

Na chegada ao Brasil, no dia 2 de outubro, em entrevistas concedidas no desembarque do Aeroporto do Galeão (RJ), falaram sobre o descaso e a falta de estrutura da modalidade em nosso país. Alimentação inadequada durante a competição, falta de amistosos, pouca transparência em relação à definição de premiação, demora no pagamento do prêmio pela conquista da medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro e o futuro da modalidade foram alguns dos temas abordados. Segundo Bruno Lousada, repórter do Estado de S. Paulo, as jogadoras temiam que a CBF não se empenhasse, “como ocorreu após a Olimpíada de Atenas, em 2004, quando as brasileiras faturaram a medalha de prata. Na época a entidade prometeu uma série de melhorias e as próprias atletas admitem que nada saiu do papel”[6]

Daiane Rodrigues (Bagé), uma das atletas que segurou a faixa, em entrevista para o Museu do Futebol no ano de 2015 rememora esse episódio:

nós estávamos praticamente todas reunidas dentro do quarto então nós decidimos: “Vamos fazer uma faixa para mostrar que a gente precisa de apoio”. Não era nada de críticas a CBF. “O que vamos escrever na faixa?” Aí colocamos… Só que quem escreveu fui eu. “Brasil precisamos de apoio”, essa era a faixa. Mas não era voltada para a CBF, pelo contrário. Quando eu fui para a Seleção muita coisa mudou na minha vida, graças a Deus. Eu pude construir uma casinha simples para a minha mãe e tudo mais, mas em 2007 foi engraçado. O que as pessoas não sabem que meu treinador entrou no quarto, ele viu a faixa, todo mundo perguntou: “A gente pode fazer?” Ele disse: “Pode fazer, não tem problema nenhum”. Entendeu? Aí, beleza, a gente foi lá, fez a faixa só que quem fez a faixa fui eu e a Michelle, mas estava todo mundo… Antes de subir no pódio a gente perguntou para o treinador: “Podemos subir com a faixa?” Aí ele falou: “Podem, agora é o momento de vocês subirem com a faixa”.[7]  

Nessa mesma entrevista, Bagé menciona que este ato lhe trouxe problemas porque “depois dali eu não fui mais convocada”, apesar de considerar-se em ótimas condições físicas e estar ganhando várias competições pelo clube no qual atuava, o Botucatu. “Mas eles acabaram optando por me deixar de fora e depois de um bom tempo eu descobri que foi por causa daquela faixa”.

Anos depois dessa manifestação, em setembro de 2017, as jogadoras novamente protagonizam um movimento de denúncia e reivindicações. Motivadas pela demissão da Emily Lima, a primeira mulher a comandar a seleção principal, atletas e ex-atletas vieram a público registrar o descontentamento com a entidade, considerando que a treinadora não teve tempo suficiente para consolidar a estruturação e execução de seu planejamento. Nos dez meses em que esteve no cargo, obteve 7 vitórias, 5 derrotas e 1 empate sem ter participado de nenhum torneio oficial nem ter perdido para seleções com ranking FIFA menor que o nosso.  

A demissão de Emily foi anunciada pela CBF no dia 22 de setembro de 2017. No dia 25, ou seja, três dias depois, a entidade comunica: “Vadão volta ao cargo após dez meses e inicia os planos de trabalho para a equipe”[8]. As imagens exibidas para noticiar o desligamento de uma mulher e a recontratação do mesmo homem que havia sido dispensado pelo resultado não satisfatório nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, merece atenção porque demarca uma visível distinção de gênero. Enquanto Emily é invisibilizada, Vadão é exibido em pose vitoriosa.

Fonte: CBF

As jogadoras não abstiveram-se de expressar sua indignação diante da possibilidade de afastamento da treinadora. No dia 19 de setembro, ainda na Austrália onde participavam de dois jogos amistosos, escreveram uma carta de apoio à treinadora e comissão técnica e a entregaram para Marco Aurélio Cunha, coordenador técnico de seleções, e Marco Polo Del Nero, presidente da CBF. O conteúdo desse documento foi cedido à ESPNw e publicado no blog da Juliana Cabral, ex-capitã da seleção e outra voz ativa na defesa da modalidade. Vejamos:

Prezado senhor presidente Marco Polo Del Nero

Viemos por meio desta apresentar nossos agradecimentos pelo apoio e oportunidade que nos têm sido concedidos. Gostaríamos de comunicar ao senhor, que foi feita uma reunião com o senhor supervisor Marco Aurélio Cunha no dia 19/09/2017 em Newcastle, Austrália, afim de expressar o sentimento das atletas em relação ao trabalho da comissão técnica da seleção brasileira feminina principal.

As atletas concordam que essa comissão seja, a mais bem preparada para a continuação desse novo ciclo. Sabemos que os últimos resultados não foram os esperados, mas devemos levar em consideração o tempo hábil para se trabalhar, as seleções que foram enfrentadas, e principalmente a mudança de conceito em relação a treinamentos e jogos para resgatar novamente o futebol brasileiro, que foi se perdendo ao longo dos anos. Entendemos que isso demanda tempo, e estamos cientes de que hoje é feito um trabalho de excelência, que gerarão bons frutos a médio prazo.

Agradecemos a vossa compreensão[9]

A exoneração de Emily disparou um movimento nunca visto até então: a declaração pública de jogadoras que, descontentes com o tratamento conferido à modalidade, estavam se desligando da seleção. Cristiane Rozeira (Cris)[10] foi a primeira, seguida por Francielle Alberto (Fran)[11], Rosana Augusto[12], Andreia Rosa[13] e Maurine Dornelles Gonçalves[14]. A insatisfação contra a ingerência da entidade mantenedora do futebol brasileiro foi transformada em uma carta aberta escrita em português e inglês, cujo conteúdo teve ampla divulgação na imprensa nacional e internacional.

Intitulada “Lendas brasileiras apelam a reformas”, o documento ressaltava a falta de apoio às mulheres e convidava a CBF a trazer reformas de igualdade de gênero para o Brasil. Foi produzido com auxílio da ex-jogadora da seleção australiana, Moya Dodd, advogada que ocupou a vice-presidência da Confederação Asiática de Futebol e o Conselho da FIFA (2013-2016) uma das responsáveis pela inclusão das discussões de gênero nesta  instituição.

 

O estrondo causado por esse movimento demandou uma posição da CBF, no caso, o convite do então presidente para uma reunião com representantes das insurgentes, conforme registra a matéria publicada por Cíntia Barlem no blog Dona do Campinho[15]. Considerando que a maioria das signatárias da carta residia fora do país e também a minha proximidade com o movimento, ficou decidido que Juliana Cabral e eu participaríamos de modo presencial e Cristiane (China), Formiga (França), Márcia Tafarel e Sissi (EUA) por videoconferência.

A reunião aconteceu na sede da CBF, no dia 17 de outubro de 2017, e contou com a presença do presidente Marco Polo Del Nero, o vice-presidente, Coronel Antônio Carlos Nunes de Lima, o diretor executivo de gestão, Rogério Caboclo, o diretor de competições Manoel Medeiros Flores Júnior, o diretor de marketing, Gilberto Ratto Ferreira Leite e o diretor de comunicação, Douglas Lunardi. Depois de iniciado o encontro, mais especificamente no momento em que Juliana Cabral anunciou que tínhamos produzido um documento com sugestões para o aprimoramento da modalidade, Marco Polo solicitou a presença de Valesca Araújo, gerente de competições do futebol feminino[16].

A reunião se estendeu por duas horas e trinta minutos e esteve pautada pela apresentação e discussão de cada uma das cinco ações e das dezoito metas apresentadas nesse documento que foi oficialmente entregue ao presidente. Passamos também às suas mãos uma carta na qual manifestávamos nossa insatisfação com a atuação do coordenador técnico de seleções, Marco Aurélio Cunha, e uma cópia do abaixo-assinado que organizei utilizando-me do site change.org, solicitando o retorno de Emily Lima à seleção brasileira, o qual foi assinado por 2.697 pessoas.  

Reproduzo abaixo o documento que entregamos a Marco Polo Del Nero

Proposições para o desenvolvimento do futebol feminino no Brasil

O futebol feminino acontece no Brasil desde o início do século XX. Há registros de que a primeira partida entre clubes tenha ocorrido em 1921 na cidade de São Paulo. Desde então, muitos acontecimentos têm cerceado a plena participação das mulheres neste esporte. A própria modalidade foi proibida por quase 40 anos, mais especificamente por meio do Decreto-Lei n.º 3.199 do Conselho Nacional de Desportos (CND) que oficializou a interdição das mulheres em algumas modalidades esportivas consideradas “incompatíveis com a sua natureza”. Este Decreto foi revogado apenas em 1979 e o futebol feminino teve sua regulamentação aprovada no ano de 1983.

A primeira convocação oficial da seleção brasileira de futebol feminino aconteceu em 1988 com o objetivo de participar de um campeonato organizado pela FIFA que aconteceu na China, uma espécie de torneio preparatório para a I Copa do Mundo de Futebol Feminino sediada neste mesmo país no ano de 1991. Ou seja, passados quase 30 anos da primeira convocação da seleção o futebol feminino no Brasil ainda carece de estrutura, incentivo e reconhecimento.

Esse documento tem como objetivo propor uma agenda proativa considerando esse cenário, assim como as determinações da FIFA no que respeita a importância dos membros associados fomentarem programas de desenvolvimento do futebol feminino de modo a assegurar que meninas e mulheres tenham oportunidades de se tornarem participantes ativas do futebol.

Antes de esboçarmos alguns pontos que consideramos necessários para atender essas determinações, ressaltamos a importância de algumas ações já implementadas visando melhorar a estruturação e a visibilidade da modalidade. Reconhecemos que entre os anos de 2014 e 2016 a seleção feminina teve o maior investimento ao longo de toda sua história. Agradecemos pelas por estas iniciativas visto que as consideramos fundamentais para o desenvolvimento e a melhora do desempenho. Além do investimento na seleção destacamos:

– A criação da seleção permanente;

– A manutenção do Torneio Internacional;

– A participação da seleção na Algarve Cup 2015 e 2016;

– A realização de 14 amistosos até a disputa dos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Foram realizados mais de 30 jogos entre as competições oficiais como o Torneio Internacional, o Campeonato Mundial, a Copa América e os Jogos Pan-Americanos. Ou seja, a seleção teve uma excelente preparação para os Jogos Olímpicos totalizando 46 jogos antes dessa competição;

– A criação do Campeonato Brasileiro com série A1 e A2;

– A criação do Grupo de Trabalho Futebol Feminino no Comitê de Reformas do Futebol Brasileiro;

– A cobertura do futebol feminino no site da CBF;

– A transmissão de jogos da seleção feminina pela CBF TV;

– O convite para ex-jogadoras atuarem como Assistentes Pontuais em amistosos da seleção reconhecendo, assim, a dedicação de mulheres que serviram durante anos a seleção e dedicaram boa parte de sua vida ao futebol;

–  O Manual de Licenciamento para temporada de 2018 incluindo o futebol feminino;

– Algumas ações pontuais como o Torneio de Desenvolvimento do Futebol e da CBF Social

Apesar de reconhecermos a relevância dessas ações identificamos ainda uma série de limitações que precisam ser urgentemente enfrentadas para que possamos pensar o futebol feminino no Brasil, sobretudo, o seu futuro. Neste sentido sugerimos a implementação imediata de cinco ações que consideramos imprescindíveis para a estruturação e o reconhecimento que a modalidade carece e merece. São elas:

1) Criação de um canal direto de comunicação entre a CBF. Destacamos que esse canal de comunicação se inaugura nesta reunião após 29 anos de existência da seleção;

2) Criação do Departamento do Futebol Feminino sob a gestão de uma mulher;

3) Implementação das ações recomendadas pelo Grupo de Desenvolvimento do Futebol Feminino 2016 que atuou junto ao Comitê de Reformas do Futebol Brasileiro. Ressaltamos que o Comitê aprovou onze medidas divididas em quatro grandes temas: Desenvolvimento, Competições, Seleções e Marketing;

4) Inclusão de mulheres em todos os níveis de decisões conforme orientação da FIFA incluindo funções técnicas, de administração e de governança;

5) Realização de um diagnóstico específico para cada dimensão-chave do futebol, incluindo aspectos técnicos, administrativos e de governança. Seria importante ter uma análise do investimento total no futebol feminino, a fim de criar um parâmetro por meio do qual se possa mensurar as melhorias.

A execução destas ações engloba metas específicas. Considerando nosso intuito de aprimorar o diálogo visando a elaboração de uma agenda propositiva, detalharemos algumas delas. Gostaríamos de ressaltar que nossas sugestões estão embasadas nos dez princípios chave propostos pela FIFA para o desenvolvimento do futebol feminino (Anexo IV), muitas delas já aprovadas pelo Comitê de Reformas do Futebol Brasileiro. (Anexo II)

Tema

Princípio Chave proposto pela FIFA

 

Gestão

Criação do Departamento do Futebol Feminino sob a gestão de uma mulher. O Departamento teria como objetivo planejar e desenvolver ações a curto, médio e longo prazo, contemplando os seguintes setores:  Desenvolvimento; Marketing; Competição;  Coordenação de Seleções e  Coordenação Técnica  (Princípios 1 e 8 da FIFA – Anexo I)

Desenvolvimento
de projetos

Encaminhamento de projetos específicos de fomento ao futebol feminino para o “FIFA Forward Development Programme” que disponibiliza verba para o apoio financeiro, técnico e humano dos membros associados e confederações  (Princípio 1 da FIFA – Anexo I)

 

Gestão

Elaboração de Programas de Desenvolvimento do Futebol Feminino envolvendo as federações estaduais, o poder público e patrocinadores de modo a fomentar a modalidade nos níveis local, regional, estadual e nacional. Na execução destes programas incluir ex-atletas para atuarem como treinadoras com o objetivo de observar e formar  jogadoras para as seleções de base e principal (Princípio 1 da FIFA – Anexo I)

Categorias de base

Realização de ações sistemáticas e não apenas pontuais visando o oferecimento de oportunidades para uma maior inserção de meninas no futebol. Campeonatos, camps, clínicas, ações sociais, entre outras que promovam as categorias de base e formem novas gerações de jogadoras (Princípio 2 da FIFA – Anexo I)

Identificação
de talentos

Intensificação da observação de campeonatos regionais visando a identificação de talentos (Princípio 2  da FIFA – Anexo I)

Copa do Brasil

Retomada da Copa do Brasil e manutenção do Campeonato Brasileiro série A e B. A extinção da Copa do Brasil trouxe sérios danos a várias equipes que investem na modalidade. Quatorze clubes que disputaram a Copa do Brasil em 2016 ficaram sem competição no ano de 2017. O modo como o Campeonato Brasileiro foi estruturado fez com que dez estados ficassem sem representantes nos campeonatos nacionais de 2017. Além disso, nove equipes que venceram os campeonatos estaduais não tiveram oportunidades de participar de competições nacionais, o que implica na falta de sistematicidade para que as atletas se desenvolvam e qualifiquem suas performances técnica, tática e física (Princípio 3 da FIFA – Anexo I)

Campeonato
Brasileiro

Repensar a fórmula de disputa do Campeonato Brasileiro série A1 e A2 considerando as exigências da CBF e Comnebol para 2019 (Princípio 3 da FIFA – Anexo I)

 

Categorias de base

Criação de campeonatos para as categorias sub-15, sub-17 e sub-20 considerando as novas imposições da Comnebol e do Licenciamento dos Clubes da CBF. Esta ação evitará que os  clubes que investem nas categorias de base sejam prejudicados com a ausência de um calendário sistemático de competições (Princípios 3  e 9 da FIFA – Anexo I).

 

Calendário

Planejar um calendário anual de competições de modo a preservar os clubes em relação às convocações de suas atletas para servirem a seleção em função do calendário de competições Data FIFA (Princípios 1 e 3 da FIFA conforme  Anexo I)

Captação
de recursos

Encaminhamento de um plano de captação de recursos visando atrair patrocinadores.  A questão de patrocínio é fundamental para o desenvolvimento da modalidade. Nossa sugestão é que no Departamento Feminino (a ser criado) tenha um setor que trate especificamente de marketing visando contemplar essa meta. Nesse sentido consideramos necessário o planejamento estratégico de captação de recursos para buscar outros patrocinadores além do Banco Itaú (Princípio 4 da FIFA – Anexo I)

Direitos
de imagem

Desenvolvimento uma política que envolva o pagamento sobre os direitos de uso de imagens das atletas. Geralmente as atletas mulheres não são informadas quando suas imagens são veiculadas (Princípio 1 e 3 da FIFA – Anexo I)

 

Marketing

Promoção de estratégias de marketing visando a comercialização de camisetas da seleção e de outros produtos relacionados ao futebol feminino. Com o objetivo de criar um público consumidor sugerimos que inicialmente esses produtos apresentem um valor acessível. (Princípio 4 da FIFA – Anexo I)

 

Inclusão
Cultural

 

Promoção de programas culturais. Considerando que as mulheres são importantes para o esporte nacional, sugerimos a implantação de ações que valorizem a história do futebol feminino no Brasil inclusive com a inserção de acervos no próprio Museu da CBF que invisibiliza a presença das mulheres na modalidade. Iniciativas nesta direção poderiam contribuir para formar público consumidor e atrair patrocínios (Princípio 4 da FIFA – Anexo I)

Inclusão

Criação de um Comitê de Desenvolvimento do Futebol Feminino. Composto por atletas, ex-atletas e experts,  este Comitê  teria  poderes para construir a estrutura de como o futebol feminino deve ser desenvolvido, organizado e gerenciado  no Brasil (Princípio 5 da FIFA – Anexo I)

Transparência

Transparência no processo de seleção de cargos para atuar no futebol feminino priorizando a contratação de mulheres e de pessoas com reconhecida experiência na modalidade (Princípio 5 da FIFA – Anexo I)

Plano de carreira

Gerar oportunidades para qualificar ex-atletas e mulheres envolvidas com o futebol para atuarem em cargos técnicos e de gestão. Sugerimos que nas comissões técnicas da seleção principal e das subcategorias tenha uma auxiliar técnica de modo a capacitá-la durante um ciclo Olímpico para assumir o cargo de técnica no ciclo vindouro. Como exemplo mencionamos a seleção da Alemanha que tinha Silvia Neid como técnica e a ex-jogadora Steffi Jones como auxiliar e que, na atualidade, é a treinadora. (Princípios 6 e 7 da FIFA – Anexo I)

Capacitação

Criação de subsídio mínimo de 50% para ex-atletas nos cursos de capacitação promovidos pela CBF. Considerando que a capacitação de ex-jogadoras é fundamental para sua inclusão em cargos técnicos e de gestão, sugerimos o subsídio mínimo de 50% nos cursos promovidos pela CBF (atualmente é concedido 10%, o mesmo percentual de desconto para quem paga o montante total). Essa atitude representaria também o reconhecimento e a valorização daquelas que se dedicaram a este esporte e que buscam se capacitar para continuar atuando nele depois que deixam de jogar (Princípio 6 da FIFA – Anexo I)

Ouvidoria

Criação de uma ouvidoria do Futebol Feminino a ser contemplada pelo plano de futebol feminino por meio da qual a CBF poderia ser noticiada sobre adversidades ocorridas em todo o território nacional. (Princípio 10 da FIFA – Anexo I).

 

Feitas nossas sugestões, solicitamos veementemente que essa comunicação não se perca. Que impere o diálogo aqui iniciado visto que nosso maior desejo é contribuir para o fortalecimento do futebol feminino no Brasil.

Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2017

Márcia Tafarel, Sissi do Amor Lima, Juliana Ribeiro Cabral, Miraildes Maciel Mota (Formiga), Cristiane Rozeira, Francielle Manoel Alberto (Fran), Rosana dos Santos Augusto, Andréia Rosa Andrade e Silvana Vilodre Goellner

É importante registrar que nesse documento sugerimos a imediata implementação das onze medidas que a própria CBF[17] havia aprovado em 2016 quando instituiu o Grupo de Desenvolvimento do Futebol Feminino para subsidiar as decisões do Comitê de Reformas do Futebol Brasileiro[18]. Coordenado por Formiga e Ana Paula Oliveira, da Escola Nacional de Arbitragem, o grupo contou com a participação de vinte e um integrantes[19] que formularam proposições considerando quatro grandes temas: Desenvolvimento, Competições, Seleções e Marketing. Mais uma vez, a reivindicação de jogadoras e ex-jogadoras (Aline Pellegrino, Formiga, Márcia Tafarel, Emily Lima integraram o grupo) tinha sido exposta e mais uma vez a escuta da instituição foi ínfima e a execução praticamente nula. Estas eram as medidas que já haviam sido aprovadas: 

1) Criação de um departamento específico do Futebol Feminino na CBF;

2) Metodologia de trabalho para orientação do Futebol Feminino;

3) Realização de um curso específico para treinadoras;

4) Normatização das competições organizadas por terceiros e chanceladas pela CBF;

5) Implantação de Campeonatos de Categorias de Base Sub17 e Sub20, com o apoio de plano de marketing;

6) Campeonato Nacional com 2 divisões aumentando a duração e número de clubes;

7) Criação de sistema para cadastramento e monitoramento de atletas vinculadas às seleções;

8) Criação de metodologia de trabalho pela CBF para direcionamento e orientação geral nas diferentes categorias do futebol feminino;

9) Aprimoramento da categoria Sub15;

10) Pesquisa nacional do futebol feminino – praticantes, regiões, percepção – Facebook e Twitter;

11) Criação de um plano de marketing.

Volto a relatar a reunião que tivemos com a presidência e diretorias da CBF para detalhar mais uma ação protagonizada por jogadoras: ao final do encontro, Marco Polo Del Nero propôs um novo grupo de trabalho, oficializado no dia 28 de novembro de 2017, por meio da Portaria Pre nº 15 que dispõe sobre sua constituição e duração. No uso de suas atribuições estatutárias, o presidente resolve que o Grupo de Trabalho de Desenvolvimento do Futebol Feminino[20] “terá como principal atribuição analisar a realidade do futebol feminino no Brasil e sugerir ações de melhoria e fortalecimento da modalidade no país”, cujo trabalho deverá estar concluído até o dia 31 de janeiro de 2018, data na qual ocorrerá sua extinção.

A primeira reunião do grupo foi realizada por videoconferência[21] no dia 9 de novembro, ou seja, antes da publicação da Portaria. Nesse dia, entregamos à CBF outro documento contendo algumas proposições que considerávamos prioritárias, o qual apresento abaixo.

Proposições das representantes das jogadoras para reunião do dia 09/11/2017

Dando continuidade ao diálogo com a CBF, iniciado no dia 17/10 em reunião presidida pelo Presidente Marco Polo Del Nero, as representantes das jogadoras que integram o Comitê de Futebol Feminino sugerem os seguintes temas para compor a pauta da reunião do dia 09 de novembro, a ser realizada por videoconferência:

1) Desdobramentos da reunião do dia 17 de outubro (CBF e Comitê)

2) Departamento de Futebol Feminino

3) Diagnóstico do Futebol Feminino

4) Funções e atribuições do Comitê de Futebol Feminino

 

1) Desdobramentos da reunião do dia 17 de outubro (CBF e Comitê)

O Comitê fez várias reuniões com o objetivo de apresentar sugestões para o desenvolvimento da modalidade considerando o documento entregue ao Presidente Marco polo Del Nero. Dentre as várias ações sugeridas, foram elencadas três como prioritárias: a criação do Departamento Feminino; a realização de um diagnóstico sobre a modalidade; a explicitação da função e atribuições do Comitê de Futebol feminino criado pelo Presidente durante a reunião com as representantes das jogadoras que assinaram a Carta Aberta à CBF. 

2) Sobre Departamento de Futebol Feminino

O Comitê considera prioritária a criação do Departamento de Futebol Feminino composto por uma diretoria com status e poder decisório igual às outras diretorias que compõem o organograma da CBF. Sugere que seja efetivada até final de janeiro de 2018 considerando que essa ação foi a primeira recomendação do Grupo de Trabalho sobre Futebol Feminino já aprovada pelo Comitê de Reformas do Futebol Brasileiro em 2016.

O Departamento tem como objetivo criar uma estrutura capaz de agilizar as demandas da modalidade assim como promover ações direcionadas para a sua consolidação. Como sugestão o Comitê indica a seguinte composição: Diretoria, Vice-diretoria e Secretaria e cinco coordenadorias: 1. Desenvolvimento da Modalidade; 2. Competições;  3. Seleções;  4. Marketing;  5. Financeiro.

Essa composição está baseada no Regimento do Departamento do Futebol Feminino elaborado pelo Grupo de Trabalho do Futebol Feminino em 2016.

O Comitê indica que o Departamento de Futebol Feminino seja dirigido por uma mulher com experiência e conhecimento da modalidade atendendo aos princípios da equidade de gênero na gestão. Além da Diretoria considera que existem mulheres capacitadas para ocupar outros cargos do Departamento. Nesse sentido, recomenda que a CBF faça a seleção de pessoas que tenham efetivo envolvimento e experiência com o futebol feminino.

3) Diagnóstico do futebol feminino

Realização de um diagnóstico sobre o futebol feminino no país com o objetivo de mensurar a situação na qual se encontra e assim projetar ações de desenvolvimento a curto, médio e longo prazo. Considerando a liberação da FIFA da verba do Legado da Copa, cujo percentual de 15 % deve ser aplicado no Futebol Feminino, ter a dimensão do montante investido nos últimos anos é fundamental para uma projeção futura.

O Comitê indica três itens prioritários para o diagnóstico:

1) Investimento – Explicitação do montante de recurso investido na modalidade desde 2014 considerando as dimensões das seleções, das competições, das ações sociais, dos eventos, das categorias de base, entre outras;

2) Projetos – Apresentação dos projetos implementados pela CBF para o desenvolvimento da modalidade considerando os já realizados, os que estão em andamento e os que estão em fase de elaboração;

3) Equipes e Competições – Realização de um amplo levantamento sobre o futebol feminino contendo dados sobre: equipes existentes no país;  ligas que reúnem equipes femininas;  jogadoras registradas;  equipes com categorias base;  competições estaduais e regionais; ações realizadas pelas 27 federações esportivas; clubes já registrados em função das determinações da CONMEBOL e do Licenciamento de Clubes da CBF, entre outros;

Como parte da realização desse diagnóstico, o Comitê sugere a realização de um Seminário específico sobre futebol feminino envolvendo clubes, federações, ligas esportivas e entidades representativas da modalidade. Indica sua realização no período posterior a realização da Copa do Mundo de Futebol Masculino (2018) e anterior à Copa do Mundo de Futebol Feminino (2019).

4) Funções e atribuições do Comitê de Futebol Feminino

A criação do Comitê do Futebol Feminino aconteceu durante a reunião com o Presidente Marco Polo Del Nero tendo a seguinte composição: Juliana Cabral, Silvana Goellner, Cristiane Rozeira, Miraildes Maciel Mota (Formiga), Márcia Tafarel, Sisleide do Amor Lima (Sissi), Andreia Rosa, Rosana Augusto, Franciele Alberto e Valesca Araújo (representando a CBF).

Com o objetivo de dar continuidade ao diálogo com a CBF as representantes das jogadoras entendem que é necessário esclarecer quais são as atribuições e as funções deste Comitê. Tal solicitação visa o planejamento de uma agenda de discussão e de implementação de ações voltadas para o desenvolvimento do futebol feminino.

Esse documento retoma a reivindicação pela implementação do Departamento de Futebol Feminino (aprovada pelo Comitê de Reformas) e, tanto quanto a carta aberta das veteranas, indica que estivesse sob a gestão de uma mulher com larga experiência na modalidade. Passados alguns anos e sob nova presidência, a contratação de Aline e Duda pode ser uma sinalização de que, finalmente, a CBF irá ouvir as vozes dissonantes. Como referiu Rogério Caboclo:  

A partir de hoje, o futebol feminino do Brasil estará nas mãos de quem sempre trabalhou com a bola dentro e fora do campo. Pessoas que conquistaram seu espaço por terem feito tudo que podiam enquanto jogaram e trabalharam para estar aqui como dirigentes. Hoje, as mulheres ganharam seu espaço pela competência que tem[22].

CBF apresenta nova coordenadora das Seleções Femininas Duda Luizelli e a coordenadora de Competições Femininas Aline Pellegrino. Foto: Lucas Figueiredo/CBF.

Não tenho dúvidas de que Aline e Duda contribuirão de modo significativo para a melhoria do futebol de mulheres no Brasil. Ambas têm perfil e competência para tal; suas histórias de vida estão imbricadas na história da própria modalidade. Faço essa observação porque as acompanho de perto há anos, visto que tive a alegria de orientar duas dissertações de mestrado que analisam suas trajetórias. Futebol e Mulheres no Brasil: a história de vida de Aline Pellegrino[23] de Pamela Siqueira Joras e Futebol e Mulheres no Rio Grande do Sul: a trajetória esportiva de Eduarda Marranguello Luizelli (Duda)[24], de Suellen dos Santos Ramos, posteriormente transformada no livro Sabe aquele gol que o Pelé não fez? Eu fiz! A trajetória esportiva de Duda (Drible de Letra, 2018).

Por fim, quero registrar que esta iniciativa da CBF merece comemoração[25]. Ainda assim aguardo o anúncio da criação do tão sonhado Departamento de Futebol Feminino com estrutura suficiente para gerir a modalidade e projetar estratégias de desenvolvimento a curto, médio e longo prazo, conforme sugerido nos documentos aqui reproduzidos. Para além das competições e das seleções, o futebol contempla várias dimensões e dentro delas as mulheres possuem várias possibilidades de atuação.

Que a igualdade de gênero continue sendo uma meta a transformar o futebol nacional.


[1] Seleção começa a reparar descaso histórico com futebol feminino

[2] CBF equipara diárias e premiações pagas às Seleções Brasileiras

[3] O Brasil caminha para um futebol mais igualitário?

[4] GOELLNER, Silvana Vilodre. Sissi, a Imperatriz: entrevista com Sisleide Lima do Amor. FuLiA / UFMG. Belo Horizonte, v. 4, n. 1, p. 117-133, 2019.

[5] Meninas levam ao pódio faixa pedindo apoio

[6] LOUSADA, Bruno. Meninas exigem respeito: vice-campeãs mundiais, brasileiras desembarcam com um pacote de recomendações. Estado de S. Paulo, 3 de outubro de 2007, p. 29.

[7] Projeto Garimpando Memórias

[8] Vadão é o técnico da Seleção Feminina

[9] Em carta à CBF, jogadoras da seleção feminina pediram, em vão, que Emily Lima não fosse demitida

[10] Mulheres brasileiras fora de campo: “Quantas vezes vão acontecer vários pedidos e ninguém vai nos escutar?”

[11] Francielle dá adeus à Seleção e abre o jogo: “A CBF não se importa com o futebol feminino”

[12] Fran e Rosana também anunciam saída da Seleção Feminina

[13] Zagueira Andreia Rosa deixa a seleção feminina com críticas à CBF

[14] Após saída de Emily, Maurine é a quinta atleta a deixar a seleção

[15] Após carta, presidente da CBF marca data para receber ex-jogadoras da Seleção

[16] Após reunião, presidente da CBF aprova criação de comitê de futebol feminino

[17] CBF lança Comitê de Reformas do Futebol

[18] Comitê de Reformas anuncia aprovação de medidas

[19] Alessandra Dutra, Aline Pellegrino, Ana Marques, Ana Paula Oliveira, Clara Albuquerque, Emily Lima, Gregory Engelbrech, Guilherme Passos, Isabelle Suarez, Lorena Soto, Luciane Castro, Márcia Tafarel, Marco Aurélio Cunha, Mônica Esperidião, Marcos Nicolas, Mayi Cruz Blanco, Miraildes Maciel Motta (Formiga), Silvana Vilodre Goellner, Oswaldo Alvarez (Vadão), Paulo Roberto e Valesca Araújo.

[20] O grupo foi composto por Valesca Araújo (coordenadora), Cristiane Rozeira, Juliana Cabral, Dilma Mendes, Márcia Tafarel, Miraildes Motta (Formiga), Silvana Goellner e Sisleide do Amor (Sissi).

[21] Por  parte da CBF participaram  Valesca Araújo, Diogo Neto (CBF Social) Fernanda Coimbra (assessora da seleção) e Reynaldo Buzzoni. Nossa participação se deu com a presença de Márcia Tafarel, Juliana Cabral, Sissi, Rosana Augusto, Dilma Mendes e eu.

[22] Presidente Rogério Caboclo anuncia medidas históricas para o futebol feminino

[23] JORAS, Pamela. Futebol e mulheres no Brasil: a história de vida de Aline Pellegrino. 2015. 128 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Escola de Educação Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.

[24] RAMOS, Suellen dos Santos. Futebol e mulheres no Rio Grande do Sul: a trajetória esportiva de Eduarda Marranghello Luizelli (Duda). 2016. 156 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Escola de Educação Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016.

[25] Também considero relevante mencionar como importante a contratação de mulheres nas comissões técnicas que hoje estão à frente das seleções femininas, a saber: Principal: Pia Sunthage, Lilie Persson e Beatriz Vaz e Silva (Bia Vaz); Sub-20:  Jessica Lima; Sub-17: Simone Jatobá, Lindsay Camila Teles e Marisa Wahlbrink (Maravilha).


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Silvana Goellner

Professora Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Aposentada).  Ex-coordenadora do Centro de Memória do Esporte (CEME) e  Vice-Coordenadora do Grupo de Estudos sobre Esporte Cultura e História (GRECCO). Pesquisadora e ativista do Futebol de Mulheres. Integrante do Grupo de Estudos Mulheres do Futebol (GEMF).

Como citar

GOELLNER, Silvana Vilodre. Nós convidamos a CBF a trazer reformas de igualdade de gênero para o Brasil. Ludopédio, São Paulo, v. 135, n. 36, 2020.
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