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Gripe Espanhola e Futebol no Brasil (Parte 1): Recife

Um dos assuntos do momento do futebol brasileiro é: quando volta o futebol e como será essa volta? No passado, em 1918, a pandemia da gripe espanhola também forçou a paralisação de alguns campeonatos metropolitanos no país. Houve também a suspensão de partidas amistosas e de outros torneios locais. A volta dos torcedores e das torcedoras às arquibancadas do futebol se realizou sem maiores “projetos”, como jogos sem público. A galera voltou já lotando os estádios e agitando as arquibancadas.

Aspectos das gerais e arquibancada do estádio da A.A. das Palmeiras (SP), palco do SP x RJ, de 12/10/1918. Foi o último “grande” jogo em São Paulo antes da paralisação do campeonato local e das atividades esportivas na cidade por conta da pandemia de gripe espanhola. Os paulistas venceram por 5 a 0. Foto: Reprodução/Fon-Fon (RJ), 19 out. 1918, p. 29.

Anteriormente, o Ludopédio já publicou textos sobre este tema. Nosso colega Elcio Cornelsen, colunista do Ludopédio, já escreveu um pouco sobre o futebol e a gripe espanhola. Também há um outro texto sobre o tema aqui no Ludopédio produzido pela equipe do Museu do Futebol, “Quando a bola precisou parar“. Nossa ideia é colaborar com estes estudos. Aprofundar a relação da imprensa com a paralisação do futebol e os debates em relação à volta dos jogos e campeonatos. E a proposta é fazer uma observação por cidades.

Um grupo de pesquisa ligado ao Departamento de História da UFSM (Laboratório de História Pública) está realizando pesquisas e paralelos históricos entre a gripe espanhola e a atual pandemia do novo coronavírus. O pessoal publica threads em um Twitter (o Mais História, por favor!). Um dos temas abordados foi em relação relação com aos esportes. Esta pesquisa em particular foi  realizada pelo Stadium – Grupo de Estudos sobre História do Esporte e das Práticas Lúdicas, também da UFSM e do qual sou o coordenador.

Assim, dividimos os pesquisadores e pesquisadoras do Stadium por estados. Realizamos algumas pesquisas sobre Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Luís, São Paulo e Santa Maria. Mas o espaço do Twitter é insuficiente para abordamos de maneira um pouco mais aprofundada o que aconteceu. Por isso, vamos fazer aqui postagens contando uma história do que se passou em cada uma das cidades citadas. Quem foi responsável pela pesquisa em cada estado será também responsável por escrever seu texto aqui na coluna “Da Bancada“.

A pesquisa e considerações iniciais

O primeiro texto será sobre Recife e a pesquisa foi realizada por mim, João Malaia. Antes de começarmos a falar sobre cada cidade, valem algumas ressalvas. Primeiro, é entender que o futebol naquele período ainda dividia com o turfe (as corridas de cavalo com apostas) o protagonismo de espetáculo que mais reunia público nas principais cidades do país. As arquibancadas dos estádios lotavam, mas também lotavam as arquibancadas do turfe e por isso não podemos deixar de falar um pouco deste esporte. Esta coluna busca pensar a arquibancada e sua historicidade. Este espaço teve também um passado e um processo histórico de configuração que dialogam com outros espaços, como as arquibancadas do turfe, que reuniam milhares de pessoas também.

Aspectos da arquibancada do América (PE), campeão pernambucano de 1918. Foto: Reprodução/Vida Moderna (PE), 10 maio 1919, p. 16.

Além disso, os campeonatos eram metropolitanos e em muitas cidades os mesmos já haviam terminado quando a epidemia chegou, como Curitiba, Porto Alegre e Santa Maria, por exemplo. Precisamos estar atentos ao fato de que a Espanhola chegou primeiro ao Nordeste (por volta de setembro de 1918), via rotas dos navios vindos da Europa e da América do Norte com destino a portos mais ao sul, chegando nesta parte do país já em meados de novembro de 1918. Por isso, campeonatos, jogos, corridas e eventos foram paralisados em diferentes períodos entre os meses de outubro de 1918 e janeiro de 1919.

Mais uma questão importante: as diferentes cidades foram atingidas de formas variadas, com maior ou menor impacto em seu cotidiano, diferentes taxas de mortalidade e diferentes ações de combate à pandemia. No Rio de Janeiro, a taxa de mortalidade foi infinitamente maior que em Porto Alegre, por exemplo. Há ainda a questão da diferença de tempos de incubação: o vírus da gripe espanhola era muito rápido e em pouco tempo se contraía a doença, se mostravam os sintomas e se agravavam os casos. A taxa de letalidade da gripe espanhola também parece ter sido muito maior (parece, pois na época não haviam testes para identificar o vírus e o diagnóstico de gripe espanhola muitas vezes nem era dado por um médico). Não se sabia que era um vírus, mas as autoridades (com maior ou menor rigor) recomendavam que a população evitasse aglomerações.

Por fim, nossa pesquisa foi feita a partir dos periódicos disponíveis na Hemeroteca Digital Brasileira. E dentro do limite de pessoas que tivemos para realizá-la. Não pretendemos dar respostas definitivas, ou chegar “à verdade dos fatos”. Apenas queremos ilustrar um pouco os diferentes contextos. Mostra as relações entre o futebol e a gripe espanhola em algumas cidades brasileiras. Ajudar a pensar a realidade do futebol  de 1918. Talvez, fornecer elementos para pensar o futebol perante a atual pandemia, as semelhanças e diferenças entre os dois períodos, as diferenças regionais que devem ser levadas em conta para a volta do futebol, a relação com os demais esportes e o que podemos aprender com essas experiências do passado. Para um resumo deste assunto, recomendo a thread do Mais História, Por Favor!, além da publicação do mesmo material no Medium.

Parte 1 – RECIFE (PE)

Chamada da principal notícia de esportes do Pequeno Jornal (PE), do dia 6 out. 1918, p. 2. Foto: Reprodução.

Em Recife, as notícias das primeiras mortes apareceram nos jornais no dia 1/10. O pico de mortes da gripe espanhola aconteceu dia 16/10/1918. O número de mortes só voltou a normalizar na cidade na segunda quinzena de novembro de 1918. Escolas fecharam dia 9/10. Cinemas e teatros no dia 10/10. Quem organizava o principal campeonato da cidade era a Liga Pernambucana de Desportes Terrestres (LP), mas havia também o campeonato da Liga Suburbana de Sports (LS), com clubes menores e em sua maioria localizado nos arrabaldes da capital pernambucana.

A bronca dos torcedores e torcedoras que não souberam do cancelamento do jogo e foram ao estádio. Foto: Reprodução/Pequeno Jornal, 6 out. 1918, p. 2.

No dia 6/10, o jogo de futebol da LP entre Torre e Sport foi cancelado. Vários jogadores do Sport estavam adoecidos e a diretoria do clube comunicou que estava impossibilitada de levar seus jogadores a campo. Devido à falta de comunicação com o público, torcedores e torcedoras foram ao campo do Torre, mas tiveram que voltar para casa. O Pequeno jornal citava que “famílias” foram ao campo e voltaram para suas casas “muito contrariadas”.

No dia 7/10/1918, os jornais já anunciavam mais de uma dezena de mortos nas 24 horas anteriores naquela cidade. Mesmo assim, a coluna de esportes do Pequeno Jornal apresentava crônica cobrando a LP para que aplicasse seu estatuto no caso do não comparecimento de uma equipe ao campo de jogo: multa a quem faltou (no caso o Sport) de 100$000 e a perda dos pontos da partida. Nada de compaixão com os jogadores doentes e nem com o clube que teve seus jogadores atingidos pela pandemia.

Jornal do Recife (PE), de 13 out. 1918, p. 3, com o anúncio da suspensão dos jogos da LP e da LS. Foto: Reprodução.

Dois dias depois, em 9/10/1918, a LP e a LS optaram por suspender o campeonato. No mesmo dia, o Jockey Club de Pernambuco também suspendeu suas corridas por tempo indeterminado. Os motivos do fechamento do Jockey, declarados por seus diretores, não era evitar aglomerações. Com diretores, empregados, proprietários de animais e jockeys doentes, não havia como organizar os eventos.

Quando o campeonato parou (lembrando que a vitória dava dois pontos), faltavam três das rodadas para o fim. O América era o primeiro colocado com 13 pontos e estava em posição confortável para a conquista do título. O Santa Cruz era o segundo, com nove pontos, seguido pelo Sport com sete. Apesar da folga de quatro pontos do líder para o segundo lugar e faltando apenas seis pontos a disputar, faltavam ainda jogos decisivos como Santa Cruz x América, Sport x Santa Cruz e América x Sport.

Durante o tempo em que o futebol ficou parado, muito se criticou a Liga Recifense pela indecisão quanto à nova tabela a ser jogada. O Pequeno Jornal era o único que demonstrava apoio irrestrito à paralisação. Os jornais, ao se aproximarem os finais de semana, começavam a discussão do volta ou não volta.

Chamada do texto do Pequeno Jornal, dia 19 out. 1918, p. 2: “Que tristes dias temos passado!”. Foto: Reprodução.

Mas depois do primeiro final de semana do campeonato oficialmente suspenso, o Pequeno Jornal, sem dúvida o periódico que acompanha de maneira mais intensa o futebol da cidade (ao menos dos disponíveis na Hemeroteca), passa a tecer algumas críticas quanto à indecisão sobre a volta aos jogos e com a nova tabela. Uma crônica critica a indecisão quanto à volta dos jogos de futebol. O texto apresenta o futebol como o divertimento predileto da população de Recife e que agora estão todos tristes com a indefinição da volta dos jogos.

Próximo do final de semana seguinte, a Liga Suburbana anunciou a volta dos jogos. O Jockey também planejava sua volta. Mas no sábado (26/10), tanto a Liga Suburbana quanto o Jockey (com suas corridas no Prado Magdalena) anunciaram que seus encontros seguiriam suspensos por conta das recomendações Da Direção de Higiene de Pernambuco.

Entrevista de Dr. Leal e a volta ao futebol: prudência e cuidado com a saúde dos jogadores. Foto: Reprodução/Pequeno Jornal, 25 out. 1918, p. 2.

No Pequeno Jornal de 26/10, foi publicada uma interessante  e longa entrevista como matéria principal da coluna de esportes, ocupando mais de 70% do espaço destinado aos esportes. O repórter afirmava ter encontrado “por acaso” com o médico Ramos Leal, da Liga de Higiene de Recife. Aproveitando o casual encontro, o repórter pediu para que o médico respondesse algumas perguntas sobre a questão do futebol e da Influenza, como também era chamada a gripe espanhola. O início da matéria assinala que já se passaram três domingos sem futebol em Recife e que os torcedores estavam “sentidos” e sempre indagando quando voltava o futebol.

E, por isso, a primeira pergunta era sobre a volta do campeonato: “Pode reabrir a temporada desportiva”? A resposta do médico foi enfática: “Acho ser uma temeridade para os jogadores e os espectadores”. Leal afirma conhecer muito bem os jogadores de futebol da cidade e afirma que 60% deles contraíram a doença, sendo metade deles de forma grave. Afirmava que apesar do declínio no número de mortes e casos, a doença atacava os pulmões e muitas vezes deixava rasgos de sangue neste órgãos. Isto exigiria um tratamento sério, para não acabar podendo evoluir para uma tuberculose. Para ele, jogar futebol deixaria de ser um “simples exercício” para ser um “esgotamento” das forças do jogador.

Dizia ainda que ele mesmo havia contraído a gripe espanhola e sentia dificuldade para subir dois lances de escada. “Avalie você, agora, um jogador de futebol”.

O repórter não se contenta. Segue insistindo para ver se consegue obter sua resposta: “Mas Dr. Ramos Leal, os cinemas não vão reabrir?”. Dr. Leal, responde com uma resposta que não poderia ser mais óbvia: “Há muita diferença entre abrir um cinema e haver jogo de futebol”.

O médico, no entanto, não pensava que a volta seria ruim para os torcedores. Para ele, o problema eram os jogadores. Como o esporte era praticado ao ar livre, era menos provável um torcedor se contagiar, do que um espectador em uma sala de cinema fechada. No entanto, os torcedores seriam prejudicados por terem que assistir a jogos sem a total capacidade física dos jogadores. A última pergunta: quanto tempo um jogador poderia estar apto para voltar a jogar? O médico acreditava que seriam no mínimo 30 dias de recuperação e depois ainda a volta aos treinos. Ou seja, o campeonato não poderia começar em menos de dois meses. Este período apontava a data ideal da volta do campeonato para fim de dezembro.

A volta do campeonato para dia 15/11 apavorou a Direção de Saúde de PE. Foto: Reprodução/Pequeno Jornal, 2 nov. 1918, p. 2.

O Jockey  foi o primeiro a voltar suas atividades, no dia 3/1, um mês após encerrar suas corridas no Prado Magdalena. A LS e a LP seguiam com seus jogos de futebol suspensos. Mas a principal liga da cidade anunciava a volta do campeonato para dia 15/11. Tinha tabela e tudo de todos os jogos para a volta.

O Recife passava por um momento tenso. O Jornal do Recife criticava a “inércia” do jovem médico Aberlardo Baltar (responsável maior pela Saúde Pública do estado) no combate à disseminação da pandemia.

Ao saber da intenção da LP de voltar aos jogos, a Direção de Higiene emitiu ofício para a principal liga da cidade. O documento foi redigido por um diretor da Saúde Pública, Octavio de Freitas e pedia que os jogos fossem adiados para dezembro. O cronista do Pequeno Jornal se colocou ao lado da direção da Saúde Pública: “Que tenham um pouquinho mais de paciência os nossos amantes do football“. Mas nem todos os cronistas do futebol recifense se posicionaram dessa maneira.

Foto: Reprodução/Pequeno Jornal, 8 nov. 1918, p. 2.

A Liga, por meio de assembleia de seus clubes, precisava decidir sobre a volta ou não do campeonato. Na reunião, América, Sport e Flamengo votaram pela volta do campeonato. Santa Cruz, Torre e Náutico votaram pela paralisação. Com o empate, o campeonato seguia parado.

Entretanto, o cronista do jornal A Província cobrava de forma sutil a direção da Saúde Pública. Para ele, este órgão pedia que o futebol parasse, mas não fazia o mesmo com os cinemas, os “meetings” hípicos e aconselhava a reabertura dos colégios. Várias cartas eram enviadas por torcedores e torcedoras pedindo a volta do campeonato. A LS também anunciou a volta dos jogos para 15/11.

Cronista cobra as mesmas medidas para o futebol e demais locais de entretenimento. Foto: Reprodução/A Província, 10 nov. 1918.

A situação no Recife se agravava. Os jornais anunciavam quase quatro dezenas de mortos enterrados vítimas de gripe espanhola no principal cemitério da cidade. O chefe da Saúde Pública do Estado, Abelardo Baltar, veio a falecer, justamente de gripe espanhola, no dia 12/10/1918. 

No dia 13/11, a Liga resolve encerrar o campeonato de futebol, declarando o América campeão. O cronista do Pequeno Jornal perdeu a paciência. Afirmou que sempre apoiou as medidas da liga quando a mesma resolveu paralisar a competição e adiar o seu recomeço. Mas classificou a medida como “ilegal, arbitrária, irrefletida e injusta”. Vários clubes reclamaram, principalmente o Torre, que ficou em último lugar. O diretor do Santa Cruz apoiou a fala de seu colega do Torre. E o diretor do Sport fez ampla explanação contra o encerramento do campeonato. Havia clubes com chances de ultrapassar o América em pontos .

Fim do Campeonato? Foto: Reprodução/Pequeno Jornal, 13 nov. 1918, p. 2.

Apesar de o campeonato estar parado, começaram a aparecer várias notícias de treinos dos clubes ou jogos-treino entre os primeiros e segundos times dos clubes. Apareciam também amistosos entre clubes e entre combinados. Um desses jogos lotou as arquibancadas do América Parque, estádio do América, dia 16/11. Não houve ofício da Saúde Pública pedindo para que o jogo não se realizasse. Foi o jogo em homenagem à vitória dos Aliados na I Guerra. Uma “volumosa assistência” se aglomerou para assistir um jogo entre combinados de Santa Cruz e Sport x Flamengo e América.

No entanto, as notícias do jogo são diferentes. Enquanto o Jornal do Recife afirma ter sido um encontro em uma “bela tarde”, com atuações irrepreensíveis dos jogadores e torcedores, o Diário de Pernambuco e o Pequeno Jornal chamavam a atenção para os atritos entre jogadores e ofensas por parte da torcida a jogadores e ao árbitro. A torcida no Recife estava sem futebol fazia mais de um mês.

Campeonato parado, mas o jogo em homenagem à vitória dos Aliados na I Guerra lotou as arquibancadas do América Parque. Chamada do jogo no Jornal do Recife, 17 nov. 1918, p. 2. Foto: Reprodução.

Parece que jogadores e torcedores estavam com suas emoções represadas. Era a prova do quanto o futebol fazia falta durante a epidemia, como dizia a crônica do Jornal do Recife? Talvez. Mas era a também a prova de que quando jogos atendiam a determinados interesses de certos setores, eles podiam acontecer. Também podemos perceber que quando determinados esportes dialogam com setores mais tradicionais e poderosos das elites, como no caso do turfe, as normas também parecem ser mais flexíveis.

A LP resolveu então recomeçar o campeonato dia 8 de dezembro. Os jogos importantes que faltavam foram emocionantes e os estádios lotaram. Primeiro foi a vitória do Santa Cruz sobre o América por 2 a 0, na reabertura do campeonato, colocando o Santa Cruz com 11 pontos, a dois pontos do líder América, que tinha 13. Dia 22/12 foi a vez do América abrir distância novamente e praticamente garantir o título, ao golear o Torre por 10 a 1. A vitória colocou o América com 15 pontos, afastou o Sport da busca pelo título e deixou o Santa Cruz quatro pontos atrás.

Time do América campeão recifense de 1918. Foto: Reprodução/Vida Moderna, 10 maio 1919, p. 16.

Na semana seguinte, o Sport recebeu o Santa Cruz em sua casa. O Santa Cruz precisava da vitória para seguir sonhando com o título. Mas o Sport venceu o jogo, impedindo o Santa Cruz de chegar ao América. O time do América foi então o campeão de 1918, mas as partidas finais foram ainda jogadas até o dia 16/02/1919, quando se realizou a partida Sport x Torre, a primeira suspensa do campeonato de 1918.

Há muita coisa que se podem pensar a partir deste fenômeno. O futebol se apresentava no centro de algumas das principais questões da sociedade e dialogava intensamente com as autoridades políticas. E havia flexibilização das orientações de saúde pública, dependendo do esporte, dependendo do jogo.

O futebol era apresentado pela imprensa como o esporte preferido das/os recifenses. Torcedoras, torcedores e cronistas clamavam pela volta do campeonato. Estádios ficaram apinhados de gente e a torcida enlouquecida na arquibancada na volta aos jogos. A pandemia da gripe espanhola revelou um pouco mais do que era o futebol e de qual sua importância para a sociedade naquele momento.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Ludopédio.
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João Malaia

Historiador, realizou tese de doutorado em História Econômica pela Universidade de São Paulo sobre a inserção de negros e portugueses na sociedade carioca por meio da análise do processo de profissionalização de jogadores no Vasco da Gama (1919-1935). Realizou pós doutorado em História Comparada na UFRJ pesquisando as principais competições internacionais esportivas já sediadas no Rio de Janeiro (1919 - 2016). Autor de livros como Torcida Brasileira, 1922: as celebrações esportivas do Centenário e Pesquisa Histórica e História do Esporte. Atualmente é professor do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e atua como pesquisador do Ludens-USP.

Como citar

SANTOS, João Manuel Casquinha Malaia. Gripe Espanhola e Futebol no Brasil (Parte 1): Recife. Ludopédio, São Paulo, v. 131, n. 41, 2020.
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