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Futebol em tempos de pandemia, ontem e hoje


Cem anos atrás, grassava uma das pandemias mais devastadoras que atingiram a população mundial: “influenza”, a gripe espanhola. Embora as estatísticas sejam desencontradas, estima-se que entre 50 e 100 milhões de pessoas foram vitimadas por ela, e por volta de 500 milhões de pessoas foram infectadas. Se compararmos com as estatísticas de letalidade da Segunda Guerra Mundial, que custou a vida de cerca de 60 milhões de pessoas em pouco menos de sete anos, a gripe espanhola grassou em um período bem menor, nos anos de 1918 e 1919, coincidindo, portanto, com o final da Primeira Guerra Mundial, a qual vitimou cerca de 17 milhões de pessoas em um pouco mais de quatro anos.

Por assim dizer, em 1918, além da guerra nos campos de batalha da Europa, travava-se outra guerra, com batalhas entre a vida e a morte no plano microscópico, causadas por uma pandemia de um vírus altamente contagioso e letal, que atacava o sistema respiratório dos infectados. A versão mais corrente para a origem da designação da pandemia como “gripe espanhola” é de que, em primeiro lugar, a Espanha não teria sido epicentro da pandemia, mas sim o país cuja imprensa mais noticiava sobre ela, uma vez que a Espanha não estava envolvida diretamente na guerra, enquanto outras nações, como Inglaterra, França, Alemanha, Itália e Estados Unidos estavam sob censura de guerra. Tais países, já antevendo o final do conflito bélico, buscavam não baixar ainda mais o moral das tropas e das populações de seus respectivos países com notícias sobre um surto letal, mesmo que esse já grassasse nas trincheiras.

Entretanto, as opiniões em relação à possibilidade de se comparar a pandemia de gripe espanhola e a pandemia de coronavirus (Covid-19) são controversas. Exemplo disso é a matéria publicada pelo jornalista alemão Joachim Müller-Jung no jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung, disponível em sua versão online, datada de 14 de março de 2020, intitulada “Eine unvergleichbare Pandemie” (Uma pandemia incomparável). A legenda de uma fotografia da época mostrando barbeiros usando máscaras de proteção, enquanto cortam cabelos de fregueses em recintos abertos, enfatiza tal impossibilidade de comparação: “Nenhuma vacina, nenhum medicamento: muita coisa era semelhante, quando grassava a gripe espanhola em 1918. Todavia, o mundo era outro”.[1]

De acordo com o jornalista do FAZ, foi um “momento histórico de profunda depressão da civilização”, e o interesse recente pelo histórico da gripe espanhola seria derivado do contexto atual de pandemia de Covid-19, de modo que até especialistas em virologia estariam comparando-a com a “mãe de todas as pandemias modernas”.[2] Em St. Louis, cidade localizada no sul dos Estados Unidos, onde se supõe ter sido o epicentro da pandemia de gripe espanhola em 1918, eventos públicos haviam sido cancelados e aglomerações haviam sido evitadas logo após o registro dos primeiros casos fatais. Em várias cidades da região, escolas também haviam sido fechadas, enquanto que, na Philadelphia, havia ocorrido certo número de eventos com aglomeração de público. Em comparação, segundo Joachim Müller-Jung, enquanto em St. Louis o número de infectados subia lentamente, nunca atingindo o total de 50 mortos diários por 100.000 habitantes, os números na Philadelphia eram cinco vezes maior, 250 mortos diários.[3]

Em certo sentido, não obstante a opinião de Joachim Müller-Jung, tal quadro não deixa de ser elucidativo em alguns aspectos para o que ocorre no presente, com a pandemia de coronavírus se alastrando mundo afora. Uma dessas vozes que apontam semelhanças é o britânico Jeremy Farrar, um dos mais renomados especialistas em virologia, diretor da instituição de pesquisa londrina Wellcome Trust, que, em entrevista concedida à Deutschlandfunk, rádio alemã, designou a pandemia de coronavírus como o “Jarhhundertereignis” (acontecimento do século), assim como já havia ocorrido com a gripe espanhola em 1918.[4]

Guardadas as devidas proporções, assim como nos dias de hoje, em 1918, com a proliferação da pandemia de gripe espanhola, atividades e eventos que envolviam a aglomeração de público foram suspensos ou tiveram seu número drasticamente reduzido. De acordo com Edison Veiga, “[r]evisitar jornais brasileiros de 1918 é ler um cenário semi-apocalíptico que, infelizmente, carrega semelhança com os dias de hoje”.[5] A pandemia teria chegado ao Brasil através de “[p]assageiros a bordo do navio Demerara, que saiu de Liverpool, Inglaterra, em 14 de setembro de 1918”, sendo que “[a] embarcação fez escalas em Lisboa e, já no Brasil, em Recife e Salvador, até aportar no Rio de Janeiro”.[6]

A pandemia de gripe espanhola logo se fez sentir no âmbito do futebol em São Paulo. Recentemente, o jornalista Paulo César Coelho (PVC) publicou em seu blog do Globo Esporte uma matéria sobre a paralisação do Campeonato Paulista de Futebol, por três meses, a partir de setembro de 1918, “logo depois de os primeiros casos serem confirmados”.[7] Segundo PVC, “[a] partir de dezembro [de 1918], as partidas foram retomadas, mas apenas entre os times que tinham chance de título. Se um jogo não tivesse importância para efeito de classificação final, não era disputado, e como não havia descenso, a tabela ficou repleta de buracos”.[8]

Uma das principais forças do futebol paulista nas primeiras décadas do século XX, o Club Athletico Paulistano sagrou-se campeão daquele torneio conturbado. Como ressalta o jornalista Mario C. Gonçalves, em matéria recente publicada no Correio de Atibaia, naquela edição de 1918, não só a pandemia de gripe espanhola gerou tal cenário conturbado, mas também o pedido de desligamento da APEA – Associação Paulista de Sports Athleticos por parte do Palestra Itália que, sentindo-se prejudicado pela arbitragem, retirou-se da competição na sexta rodada do torneio, em 30 de junho de 1918, após derrota para o Paulistano. Segundo Mario C. Gonçalves, “[o] jogo em questão terminou com muita briga, polícia dentro de campo e até cavalaria”.[9]

Outra nota de destaque em relação àquele torneio recai sobre Arthur Friedenreich, centroavante do Paulistano e artilheiro da competição com 23 gols em quinze jogos disputados. Aliás, Fried escreveria de uma vez por todas o seu nome na galeria de craques do futebol brasileiro, em 1919, ao assinalar o gol da vitória da seleção brasileira na partida final do Campeonato Sul-Americano, disputada no histórico Estádio das Laranjeiras contra a forte seleção uruguaia. Para PVC, naquele momento tão delicado quanto o atual, os clubes paulistas deram uma lição de bom senso: “A história do Campeonato Paulista de 1918 mostra que foi possível entrar em acordo e até declarar um campeão com o bom senso dos perdedores”.[10] Além disso, o Club Athletico Paulistano montou um hospital de campanha em sua sede social, contendo vários leitos, num gesto de colaboração com as autoridades médicas, diante da carência de leitos disponíveis nos hospitais frente ao elevado número de pacientes em decorrência da pandemia.[11]

Além do Campeonato Paulista de 1918, que reuniu dez equipes – Associação Athletica das Palmeiras, Sport Club Corinthians Paulista (vice campeão), Sport Club Internacional, Associação Atlética Mackenzie College, Minas Gerais Futebol Clube, Palestra Itália (até a sexta rodada), Club Athletico Paulistano, Santos Futebol Clube, Associação Atlética São Bento e Clube Atlético Ypiranga –, a gripe espanhola causou também a paralisação ou adiamento de outros dois torneios no Estado de São Paulo: o Campeonato do Interior, cujo início foi adiado para março de 1919, bem como o Campeonato Paulista da Segunda Divisão, iniciado em março de 1918, mas paralisado de outubro a final de dezembro daquele ano, sendo retomado e encerrado em fevereiro de 1919.[12]

As matérias publicadas por periódicos paulistanos naquela época são elucidativas quanto à chegada da pandemia de gripe espanhola a São Paulo e a outras localidades brasileiras, e ao seu alastramento gradativo. O teor dos comunicados oficiais vai se alterando a partir de outubro de 1918. Se, na edição n. 19857 do Correio Paulistano, publicada em 16 de outubro de 1918, a nota do diretor do Serviço Sanitário, na p. 3, intitulada “A ‘influenza hespanhola’”, anunciava que “[a] população, não só de S. Paulo, como do Rio e de todo o Brasil, parece, pelas notícias telegitmamente alarmada com o apparecimento da chamada ‘grippe hespanhola’, que nada mais é sinão a gripe, a influenza commum”,[13] a nota publicada na edição n. 19869, de 28 de outubro de 1918, com o mesmo título, anunciava na p. 2 que “[o] número de casos novos notificados hoje, até ás 18 horas, elevou-se a 2.552, estando convalescentes 192 e curados 49. O numero de óbitos attingiu a 8”.[14] Em 07 de novembro, o número de óbitos já atingia a marca de 240.

Outras notas publicadas no Correio Paulistano revelam também como o esporte foi atingido pela propagação da “influenza”, conforme os seguintes textos sobre o turfe e, respectivamente, o futebol amador:

Por sua vez, conforme escreveu PVC em seu blog, no Rio de Janeiro, então capital federal, o campeonato local não sofreu interrupção por conta da pandemia de gripe espanhola.[15] Ao todo, foram disputadas 18 rodadas e, ao final, o Fluminense Football Club sagrou-se campeão, em torneio que reuniu 10 equipes: América Football Club, Andarahy Ahtletico Club, Bangu Athletic Club, Botafogo Football Club, Carioca Football Club, Club de Regatas do Flamengo, Fluminense Football Club, Sport Club Mangueira, São Christovão Athletico Club e Villa Isabel Futebol Clube. Todavia, um jogador da equipe do Fluminense seria vitimado ao contrair o vírus: o meia esquerda britânico Archibald French, que havia chegado ao clube naquele ano, vindo do Bangu, onde atuara de 1915 a 1917. Nos doze jogos disputados com a camisa do tricolor das Laranjeiras em 1918, “Archie” French, como era chamado, marcou seis gols. Outro dado interessante sobre aquela edição do campeonato foi a de que o Fluminense perdera a última partida contra o Carioca Football Club, do Jardim Botânico, por WO, pois não teve jogadores suficientes em condições de entrar em campo.

Na seção “Actos Funebres”, publicada no jornal Correio da Manhã, há duas notas em homenagem a Archie. A primeira delas anuncia sua morte em 29 de outubro de 1918 e conclama os amigos e parentes para uma missa em sua homenagem:

A segunda nota anuncia “Solennes exéquias em memória dos sócios fallecidos” do Fluminense Football Club, que inclui o nome de Archibald French:

A edição do Correio da Manhã, de 18 de outubro de 1918, dez dias antes da morte de Archie, já anunciava medidas tomadas pelo governo federal diante da “Epidemia”:

E o “cenário semi-apocalíptico”, apontado por Edison Veiga, se evidencia no seguinte anúncio da empresa farmacêutica alemã Bayer, publicado na revista Careta:

Aliás, sobre tal “cenário semi-apocalípico” cabe uma breve referência extraída do livro de memórias de Nelson Rodrigues, A menina sem estrela (1993). Em seu estilo hiperbólico, o “anjo pornográfico” se refere a outro cronista esportivo ilustre do Jornal dos Sports, décadas depois, que teria sido forçado a fazer às vezes de coveiro na época em que grassava a gripe espanhola no Rio de Janeiro:

[…] Mas já andava por aí o Álvaro Nascimento, que hoje escreve no Jornal dos Sports sob pseudônimo de Zé de S. Januário. Na espanhola, ele foi caçado, quase laçado no meio da rua. O nosso Álvaro só adoeceu no fim da gripe e quase morreu quando já ninguém morria. Como eu ia dizendo: — deram-lhe uma pá e disseram-lhe: — “Vamos enterrar defunto!”. E ele os enterrou, aos borbotões. Foi coveiro. E, ainda hoje, vê um morto, qualquer morto, como a um velho conhecido […] [16]

Em suas memórias, Nelson Rodrigues, “hiperbolicamente”, escreve sobre a profusão de infectados e mortos, ao falar da “espanhola, a epidemia fabulosa”: “[…] Mas eis o que eu queria dizer: — vinha o caminhão de limpeza pública, e ia recolhendo e empilhando os defuntos. Mas nem só os mortos eram assim apanhados no caminho. E então, a carroça, ou o caminhão, parava. O cadáver era atirado em cima dos outros. Ninguém chorando ninguém.”[17] Nesse quadro, o caos atingia também os cemitérios da cidade, como indica a seguinte manchete do Correio da Manhã:

A pandemia de gripe espanhola também fez suas vítimas em várias partes do mundo. De acordo com o jornalista Max Kern, em matéria publicada na página do canal suíço Blick, a pandemia custou a vida de 25 mil pessoas e causou o cancelamento de várias partidas de futebol no país. Conforme fora publicado no relatório anual da federação, a Schweizerischer Fussball- und Athletikverband, “na realidade, a fase final da Primeira Guerra Mundial não foi o maior problema para o andamento dos jogos na primeira divisão do futebol suíço. […] De natureza muito mais séria foram a onda imprevisível de gripe e a interdição do tráfego de trens aos domingos”.[18] Cabe esclarecer que, naquela época, as partidas de futebol na Suíça eram disputadas aos domingos. A escassez de carvão para movimentar as caldeiras das locomotivas impediu que torcedores tomassem trens e se deslocassem para assistir aos jogos fora de suas cidades.

Outra fonte suíça, o Telebasel Sport Beitrag, da Basiléia, também noticiou, recentemente, sobre o coronavírus em comparação com a gripe espanhola. Na matéria intitulada “Das Coronavirus schreibt Sport-Geschichte” (O coronavírus escreve história do esporte), os articulistas Chris Stoecklin e Kim Realini assim definem o momento atual: “O mundo do esporte está parado. Não rola mais nenhuma bola. Nenhum bastão é vibrado no ar. Todas as competições estão paradas ou canceladas – tudo por causa de um vírus”.[19]

Em termos de datas, o período de paralisação do Campeonato Suíço guarda relações com o Campeonato Paulista: enquanto a APEA oficializara a paralisação em 18 de novembro de 1918, que, na prática, já havia se iniciado em setembro, após os registros dos primeiros casos de gripe espanhola na cidade de São Paulo, a primeira divisão do futebol da Suíça parou, parcialmente, de 18 de outubro a 15 de novembro de 1918, ou seja, pouco menos de um mês. Segundo Max Kern, dos 55 jogos programados para a temporada 1918/1919, apenas 15 foram realizados.[20]

Outro artigo interessante sobre o tema, publicado recentemente, revela que, em 1918, também o Campeonato Gaúcho foi interrompido. Em “Gripe espanhola e revoluções”, o jornalista Filipe Duarte aponta que o Campeonato sofrera três interrupções ao longo de sua história: em 1918 por conta da pandemia de gripe espanhola, e em 1923 e 1924 por conta da Revolução de 1923 envolvendo “chimangos”, adeptos do Partido Republicano Rio-Grandense, e “maragatos”, adeptos do Partido Federalista, e, respectivamente, por conta da Coluna Prestes. De acordo com a matéria publicada em 16 de março de 2020, no portal de notícias Gaúcha ZH, exatamente no primeiro ano em que o Campeonato seria realizado, com a fundação da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) em 18 de maio de 1918, isto não foi possível devido à chegada da pandemia de gripe espanhola ao Estado do Rio Grande do Sul nos últimos meses do ano, inviabilizando a realização do torneio. Segundo Filipe Duarte, “[a] ideia era confrontar os campeões das ligas municipais já existentes. Assim, participariam: Cruzeiro-RS (campeão porto-alegrense), Brasil-Pel (campeão pelotense) e 14 de Julho (campeão santanense)”,[21] algo que não se realizou.

Aliás, mais de 100 anos depois, um protesto vindo do âmbito do futebol envolvendo também o futebol gaúcho ganharia destaque até na imprensa internacional, como noticiou o jornal alemão Süddeutsche Zeitung na matéria “Brasilianische Fußballer protestieren gegen Spiele” (Jogadores de futebol brasileiros protestam contra jogos), publicada em 16 de março de 2020. Segundo a matéria, um dos principais protestos teria sido encampado pela equipe do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense: “Apesar da pandemia de coronavírus, a bola rolou nos campeonatos estaduais do Brasil neste final de semana. A maior parte, sem público, mas com jogadores. E estes manifestaram a sua indignação pela atitude inconsequente das federações, se valendo para isso de uma ação unificada”.[22] Segundo a matéria, “em Porto Alegre, o Grêmio entrou em campo com máscaras de proteção; no Rio de Janeiro, os jogadores de Botafogo e Vasco da Gama também adentraram o gramado usando máscaras. Apesar disso, houve jogo”.[23]

Voltando a 1918, alguns atletas e ex-atletas também foram vitimados pela gripe espanhola em outras partes do mundo, entre eles, o escocês Angus Douglas, ponta direita que defendera a equipe do Newcastle United de 1913 a 1918, tendo sido jogador também do Chelsea, de 1908 a 1913. Com a interrupção do Campeonato Inglês por conta da guerra, em 1915, Angus Douglas trabalhou em uma fábrica de munições como parte do esforço de guerra e faleceu em 14 de dezembro de 1918, aos 29 anos de idade, após contrair o vírus da gripe espanhola, um mês após o armistício e o fim da Primeira Guerra Mundial, quando já fazia planos para retornar ao futebol e a sua equipe, à qual ainda estava vinculado. De acordo com o jornalista Rafael Reis, colunista do UOL Esporte, Angus Douglas “sobreviveu às durezas da Primeira Guerra Mundial, mas não conseguiu sobreviver a uma pandemia de gripe”.[24] Outra vítima da gripe espanhola na Inglaterra foi Thomas Allsopp, ex-jogador de cricket e de futebol, que atuou pelo Brighton, pelo Luton Town e pelo Norwich City entre 1899 e 1907. Durante a guerra, servira ao exército britânico como sargento. Após retornar do front em 1918, foi acometido pela “influenza”, que o vitimou em 07 de março de 1919.[25]

De acordo com o jornalista Bill Francis, em matéria publicada na página do National Baseball Hall of Fame and Museum, o âmbito do basebol também foi fortemente atingido pela pandemia de gripe espanhola. Uma de suas vítimas foi Silk O’Loughlin, um dos árbitros mais conceituados da primeira liga norte-americana, em 20 de dezembro de 1918, aos 46 anos de idade. Entre os jogadores, a pandemia teria atingido Cy Swain, jogador da segunda liga no período de 1904 a 1914, o defensor Larry Chappell, que atuou pelo White Sox, o Indians e o Boston Braves entre 1913 e 1917, o receptor Leo McGraw, que disputou a segunda liga entre 1910 e 1916, o receptor Harry Glenn, que atuou na segunda liga entre 1910 e 1918, o arremessador Dave Roth, que atuou na segunda liga entre 1912 e 1916, e o arremessador Harry Acton, que jogou na segunda liga em 1917.[26]

O cenário esportivo norte-americano, assim como em outras partes do mundo, teve suas competições suspensas temporariamente em 1918, ou mesmo postergadas. Jogos da liga estudantil de futebol americano foram cancelados nas principais cidades do país, após o anúncio de mortes de jogadores de basebol da primeira liga, vítimas do vírus da gripe espanhola. Babe Ruth, um dos maiores jogadores de basebol de todos os tempos, teria contraído a doença, mas, felizmente, se recuperado, assim como outras celebridades, como o cineasta Walt Disney, a atriz Greta Garbo, o político Franklin Delano Roosevelt e o escritor Franz Kafka. E no boxe, o tão esperado confronto entre os pesos pesados Jack Dempsey e Battling Levinsky, duas lendas, fora adiado, porém, o combate ocorreu em novembro de 1918 na Philadelphia, quando algumas cidades começaram a relaxar a proibição de realizar eventos com grande público. E pela única vez em sua história, a edição da Stanley Cup de 1919, competição de hóquei sobre o gelo, não teve um campeão declarado, pois os play-offs foram interrompidos após cinco partidas. A equipe do Seattle Metropolitans se preparara para enfrentar a equipe do Montreal Canadiens no jogo que definiria a série, mas, em virtude de alguns jogadores dos Canadiens e o dirigente George Kennedy terem sido acometidos pela gripe, o jogo foi cancelado. Um dos jogadores, Joe Hall, faleceu naquele ano, e o dirigente George Kennedy sofreu complicações de saúde decorrentes da gripe espanhola, vindo a falecer em 1921.[27]

Retornando aos dias atuais, com relação aos torneios europeus frente a um quadro alarmante em que se encontram algumas nações do continente, a página oficial da DFB – Deutscher Fußball-Bund e.V. (Federação Alemã de Futebol) publicou em 17 de março de 2020 a decisão tomada pelas 55 federações associadas à UEFA de transferir a Copa Europa de Seleções para meados de 2021, sendo que os play-offs, que seriam disputados neste mês, foram transferidos para junho deste ano, correndo o risco de sofrerem nova alteração de datas. Além disso, o comitê executivo da UEFA decidiu também que todos os campeonatos previstos para serem realizados em junho de 2021, como a Final Four da Nations League e a Copa Europa de Futebol de Mulheres, devam ser remarcados, porém, ainda sem datas definidas. Vários outros compromissos acordados para os próximos meses, como, por exemplo, amistosos, também foram cancelados ou adiados.[28]

No caso específico da Alemanha, uma matéria publicada em 25 de fevereiro de 2020, na edição online da revista Kicker, revela como as autoridades ainda consideravam que as competições no país poderiam ter prosseguimento, se medidas de higiene fossem tomadas. Na matéria intitulada “Coronavirus: Was der DFB den Vereinen rät” (Coronavírus: O que a Federação Alemã de Futebol aconselha aos clubes), com o lead “Absage von Wettkämpfen nicht erforderlich” (Cancelamento de torneios não exigido), o presidente da Comissão Médica da Federação e médico da seleção alemã, Tim Meyer, teria falado sobre “medidas possíveis”, mas que não haveria, no momento, “razão para pânico”.[29] Segundo o médico, além das medidas de higiene e de isolamento de atletas que apresentassem sintoma, o cenário alemão, em comparação com o da Itália, seria diferente: “os casos na Alemanha são conhecidos e estão ‘sob controle’”, pois, ao contrário da Itália, “todos os casos suspeitos e os casos de infectados estão isolados”.[30] Porém, Tim Meyer foi cauteloso em sua declaração: “Ninguém pode diagnosticar seriamente como a situação estará em uma ou duas semanas”.[31] Uma eventual suspensão dos torneios dependeria de decisão das organizações de saúde, de modo que a Comissão Médica da Federação Alemã manteria “estreito contato com especialistas na área de higiene e de epidemiologia”.[32]

Todavia, esse quadro mudaria sensivelmente em poucas semanas. Em 17 de março de 2020, o jornal alemão Süddeutsche Zeitung publicou, em sua edição online, uma série de notas dando conta das situações local e global da pandemia de coronavírus e de seu impacto no âmbito do esporte e, em especial, do futebol. Sob a rubrica de “Coronavirus im Sport”, o conjunto de notas traz, em destaque, no título, a situação da Hertha BSC, equipe da capital alemã: “Corona-Fall bei Hertha BSC – Team in Quarentäne” (Caso de coronavírus na Hertha BSC – equipe em quarentena).[33] Todavia, a nota que diz respeito a essa notícia não indicou o nome do jogador que testou positivo para o Covid-19: “Após um jogador ser testado positivo para o coronavírus, time, treinador e funcionários foram postos em quarentena de duas semanas, devendo permanecer em suas casas”.[34] O ex-jogador e Diretor de Esporte da Hertha, Michael Preetz, declarou que, “com esse desenvolvimento tão acelerado do número de casos, era de se prever que, mais cedo ou mais tarde, o vírus chegaria também ao círculo de jogadores”.[35] Para o dirigente, “[o] mais importante é que todos se mantenham de acordo com as recomendações. Neste momento, devemos levar a sério a situação. Ainda está em aberto quando o time estará novamente reunido em campo”.[36] Após apresentar os sintomas, o jogador infectado com o vírus foi isolado dos demais. Segundo o médico da Hertha, Uli Schleier, “[n]ós, agora, observaremos se aparecerão novos casos no grupo, pois disso depende o retorno da equipe aos treinos”.[37] Porém, em matéria publicada na página do canal alemão n-tv em 17 de março de 2020, o nome do jogador infectado com coronavírus foi revelado: “Segundo fonte do jornal Bild, trata-se de Maximillian Mittelstädte, de 22 anos”, zagueiro da Hertha Berlin.[38]

Na mesma série de notas do Süddeutsche Zeitung, há uma que revela um quadro mais alarmante ainda: “Valencia: 35 Prozent der Klubmitarbeiter positiv getestet” (Valencia: 35% dos funcionários do clube testam positivo). Segundo a breve nota, na semana anterior, o Valencia FC havia disputado partida pela Champions League contra a equipe italiana da Atalanta, de Bergamo. A maioria dos 35 infectados apresentou pequenos sintomas, enquanto outros não apresentaram sintoma algum. A medida tomada pelo clube foi mantê-los isolados em suas casas, sob acompanhamento médico.[39] Outras notas que compõem a série dizem respeito ao âmbito do futebol, entre elas, a paralisação das ligas de futebol, basquete e hóquei sobre o gelo na Rússia até o dia 10 de abril, além de outra que noticia sobre um jogador da Segunda Divisão do futebol alemão, Tobias Mißner, de 20 anos, zagueiro do SV Wehen, da cidade de Wiesbaden, que teria contraído o virus.[40]

No contexto global, como bem aponta Rafael Reis, “os números da atual pandemia, a do covid-19, ainda são bem menos alarmantes”,[41] se comparados aos números impressionantes da pandemia de gripe espanhola, que “atingiu cerca de 27% da população do planeta e matou entre 50 milhões e 100 milhões de indivíduos”.[42] Os números indicados pelo jornalista em 14 de março de 2020 são os seguintes: “Até ontem [i.e., 13 de março], a OMS (Organização Mundial da Saúde) já havia confirmado pouco mais de 132 mil casos da doença em todo o mundo e quase 5 mil mortes”.[43] Em 18 de março de 2020, a OMS já indicava números bem mais elevados de casos mundo a fora: 200 mil infectados, com 8.000 mortos.[44] Na mesma data, as estatísticas para o Brasil apontavam 621 casos de infectados e 6 mortos.[45] Hoje, 24 de março, já são 2.201 infectados e 46 mortos no país, conforme noticiado no portal “Bem Estar” do Globo.com, baseado em números divulgados pelo Ministério da Saúde.[46]

Fato é que a lista de infectados pelo coronavírus no âmbito do futebol europeu só cresce: os jogadores italianos Daniele Rugani, da Juventus de Turim, e Manolo Gabbiadini, da Sampdoria, bem como o jogador inglês Callum Hudson-Odoi, do Chelsea, além do espanhol Mikel Arteta, técnico do Arsenal. Outros se encontram em quarentena, como o craque português Cristiano Ronaldo, da Juventus de Turim, e o zagueiro espanhol Sérgio Ramos, do Real Madrid. O tabloide de Munique tz publicou uma lista de profissionais do futebol infectados pelo Covid-19 na Alemanha e em outros países, que inclui outros nomes além dos citados acima:[47]

Infectados no AlemanhaInfectados em outros países

Timo Hübers (Hannover 96)

Jannes Horn (Hannover 96)

Fabian Nürnberger (1.FC Nürnberg)

Luca Kilian (Paderborn)

Stephan Thesker (Kiel)

Albin Ekdal (Sampdoria Genua)

Omar Colley (Sampdoria Genua)

Antonio La Gumina (Sampdoria Genua)

Morten Thorsby (Sampdoria Genua)

Dusan Vlahovic (AC Florenz)

Patrick Cutrone (AC Florenz)

German Pezella (AC Florenz)

Ezequiel Garay (FC Valencia)

Jonathas Cristian de Jesus (FC Elche)

Nota-se que, dos nove profissionais infectados em outros países europeus até o dia 17 de março, sete atuam em duas equipes italianas, um dos países com maior número de infectados e mortos, sendo que, enquanto este texto estava sendo redigido, a Itália já superou o número de óbitos por Covid-19 na China, com mais de 4.000 mortos. Em matéria publicada pelo Frankfurter Allgemeine Zeitung em 16 de março de 2020, intitulada “Es ist sehr, sehr krass” (É muito, mas muito terrível), Robin Gosens, jogador alemão de 25 anos que atua pela Atalanta, em entrevista para o canal de TV ZDF, relata sobre a imagem terrível da situação em Bergamo. Segundo o defensor, “mesmo que soe de forma drástica: atualmente, vivemos em uma cidade fantasma. As pessoas são forçadas a permanecerem em casa. É muito, mas muito terrível”.[48] E o jogador assevera: “Podemos sair de casa somente para fazer compras. E isso só pode ser feito com máscaras e luvas”.[49] Embora esteja bem, Robin Gosens vive em uma cidade que fica na Lombardia, em uma região que foi fortemente atingida pela pandemia de Covid-19. Testemunha ocular de tudo o que está ocorrendo, Gosens relata sobre o alastramento do coronavírus em Bergamo: “Há dez dias não se notava nada. A gente saía para comer fora, normalmente. Teoricamente, já podíamos ter sido infectados ali”.[50] No dia 10 de março, Gosens participou da partida disputada contra a equipe do Valencia, na Espanha, pelas oitavas de final da Champions League. Ao vencer o clube espanhol por 4 a 3 (4 a 1 em Bergamo), a Atalanta alcançou o maior feito de sua história. Após ser constatado que cinco jogadores da equipe espanhola foram infectados, o clube de Bergamo decretou, imediatamente, quarentena a seus jogadores e à comissão técnica. Até o dia 02 de abril, o Campeonato Italiano está suspenso. O retorno é incerto, como revelam as palavras de Robin Gosens: “O que mais importa é a saúde das pessoas. Mas é claro que a gente se pergunta, como as coisas seguirão”.[51]

Em meio ao quadro desolador na Itália, um gesto nobre chamou à atenção: o artilheiro Josip Ilicic, jogador esloveno que marcou quatro gols contra o Valencia, presenteou com uma das bolas do jogo o Hospital Papa Giovanni XXIII, da cidade de Bergamo, onde se encontram muitos enfermos, vítimas do coronavírus. Dirigindo-se à equipe médica do hospital, conforme consta na página oficial do clube, Josip ressaltou a importância da atuação daqueles que combatem o vírus no dia a dia de um hospital em meio à pandemia: “Nós também estamos ao vosso lado, nossos anjos da guarda, a fim de vencer o mais importante de todos os jogos”.[52]

Outros gestos de solidariedade tem se evidenciado nos últimos dias por figuras do futebol italiano. Uma delas é Gian Piero Gasperini, treinador do Bergamo, que criou uma campanha para arrecadar fundos destinados à compra de equipamentos médicos para hospitais, e o jogador Lorenzo Insigne, do Napoli, doou 100 mil euros para um hospital local, enquanto Leonardo Bonucci, da Juventus, doou 120 mil euros para um hospital de Turim.[53] E as campanhas promovidas por atletas e outros profissionais do esporte se multiplicam por todas as partes à medida que a pandemia se intensifica.

Sem dúvida, uma campanha de destaque no âmbito do futebol, no combate à pandemia de Covid-19, é a promovida pela FIFA, juntamente com a World Health Organization (WHO), postada na FIFA TV em 16 de março de 2020. De modo a associar, metaforicamente, o futebol com o combate à pandemia, a entidade máxima do futebol mundial e a WHO, apostando no alcance e na penetração que o futebol tem mundo afora, apelam para a consciência das pessoas através de mensagens veiculadas por treinadoras e treinadores mundialmente famosos, que chamam à atenção do público para observar cinco “planos táticos” importantes para limitar a propagação da pandemia, que dizem respeito às mãos, aos braços, aos rostos, à distância e ao sentir-se bem. O clipe de pouco menos de 2 minutos de duração se inicia com o ex-treinador do Arsenal London, o francês Arsène Wenger, que menciona a importância de cinco “táticas chave” para conter o avanço do coronavírus, que devem ser seguidas com disciplina, assim como no futebol.[54] Em seguida, o ex-treinador do Tottenham Hotspur, o argentino Mauricio Pochettino, fala que “tudo começa por nossas mãos. Por favor, se possível, lavem as mãos frequentemente, com álcool gel”.[55] Após as mãos, os braços são o tema, desta vez, nas palavras de Casey Stoney, a treinadora da equipe de futebol de mulheres do Manchester United: “Por favor, se você espirrar ou tossir, cubra nariz e boca com o braço. Se utilizar lenço de papel, descarte-o imediatamente”.[56] O rosto envolve a terceira “tática”, anunciada por Aliou Cissé, ex-jogador e treinador da seleção de Senegal: “No rosto, evitem tocar os olhos, o nariz e a boca. Isso pode evitar que o vírus penetre em vosso corpo”.[57] Para a quarta “tática”, a da distância, foi escalado José Mourinho, atual treinador do Tottenham Hotspur: “Em situações de interação social, dê um passo para trás, esteja, no mínimo, um metro de distância de pessoas que tussam ou espirrem”.[58] Por fim, o anúncio da quinta “tática” é reservado a Jill Ellis, treinadora da seleção norte-americana de futebol de mulheres, campeã mundial em 2015 e 2019: “Se você não se sentir bem, fique em casa. Em alguns países, o isolamento é recomendável também para pessoas que se sintam saudáveis. Por favor, siga todas as recomendações das autoridades sanitárias locais”.[59] O clipe é encerrado pelo Presidente da FIFA, o italiano Gianni Infantino, que faz o seguinte apelo: “Por favor, mantenham-se informados o tempo todo, sigam estas recomendações e apoiem a Organização Mundial da Saúde em seus esforços para combater o coronavírus”.[60] O clipe se encontra disponível no seguinte link: FIFA and who launch five key tatics to tackle coronavirus.

Se houve bom senso em 1918, como argumenta PVC em relação à suspensão temporária do Campeonato Paulista daquele ano, o jornalista reconhece que o cenário esportivo atual é muito mais complexo que aquele, sobretudo devido a fatores econômicos: enquanto que o futebol, na década de 1910, ainda era amador, desde os anos 1990, vivemos na era do futebol globalizado e mercantilizado, com cifras e investimentos astronômicos: “O esporte mundial sofre muito mais hoje porque os torneios remuneram de maneira diferente e os cancelamentos causarão prejuízos financeiros enormes”.[61]

Todavia, em primeiro lugar, por ora, o que está em jogo é a vida das pessoas, incluindo atletas e demais profissionais do futebol e de outras modalidades esportivas. Em matéria publicada no UOL Esporte, em 19 de março de 2020, o jornalista Pedro Lopes revela o nível de apreensão que toma conta dos jogadores da seleção brasileira, vários deles que atuam em ligas europeias. A seleção, anteriormente convocada, deveria disputar sua primeira partida pelas eliminatórias no dia 27 de março. Entretanto, com o torneio suspenso, “os atletas brasileiros agora convivem com o isolamento e estratégias para combater o alastramento da doença”.[62] Aqueles que residem na Europa, que “vive o auge da pandemia”, “escolheram o confinamento em casa e proximidade com as famílias”,[63] além de treinos individuais improvisados. Entre eles, estão Gabriel Jesus, do Manchester City, Roberto Firmino, do Liverpool, Willian, do Chelsea, Richarlison, do Everton, Arthur, do Barcelona, e Marquinhos, do Paris St. Germain. Exceções são Thiago Silva e Neymar, do Paris St. Germain, que optaram por retornar ao Brasil. Segundo Pedro Lopes, isso teria uma razão: “Há receio em falar abertamente sobre o tema, mas há um questionamento generalizado sobre a capacidade do Brasil para lidar com o coronavírus e impedir que ele se alastre pelo território nacional”.[64]

De fato, algo se difere muito de 1918, não só pela dimensão alcançada e pela letalidade da gripe espanhola: na era das redes sociais e de um mundo cada vez mais conectado, as notícias são atualizadas constantemente, mesmo que certa censura ainda grasse em alguns pontos do planeta, como ocorria no contexto da Primeira Guerra Mundial. Praticamente, acompanhamos em tempo real o avanço da pandemia. Porém, na atualidade, em meio à apreensão e às incertezas em relação ao futuro, o ambiente do futebol ainda pode reservar gestos de solidariedade e também mensagens de que todos os cuidados devam ser seguidos, e que dias melhores virão, em que os eventos esportivos e sua cobertura voltarão a fazer parte de nosso cotidiano e de nosso lazer.


Notas

[1] Eine unvergleichbare Pandemie. Frankfurter Allgemeine Zeitung, 14 mar. 2020. Acesso em: 17 mar. 2020. Todas as traduções do alemão e do inglês são de nossa autoria.

[2] Idem.

[3] Idem.

[4] JEREMY FARRAR NENNT CORONAVIRUS EIN “JAHRHUNDERTEREIGNIS” WIE DIE SPANISCHE GRIPPE 1918. Deutschlandfunk, 15 mar. 2020. Acesso em: 17. mar. 2020.

[5] VEIGA, Edison. São Paulo já parou antes: gripe espanhola teve saques e cemitério 24h. UOL TAB. 16 mar. 2020. Acesso em: 19 mar. 2020.

[6] Idem.

[7] COELHO, Paulo Vinicius. Crise do corona vírus só tem paralelo esportivo na gripe espanhola de 1918. Globoesporte, 12 mar. 2020. Acesso em: 16 mar. 2020.

[8] Idem.

[9] GONÇALVES, Mario C. Campeonato Paulista de 1918 – gripe espanhola e o fim da primeira guerra. Correio de Atibaia, 15 mar. 2020. Acesso em: 17 mar. 2020.

[10] COELHO, Paulo Vinicius. Crise do corona vírus só tem paralelo esportivo na gripe espanhola de 1918. Globoesporte, 12 mar. 2020. Acesso em: 16 mar. 2020.

[11] VEIGA, Edison. São Paulo já parou antes: gripe espanhola teve saques e cemitério 24h. UOL TAB. 16 mar. 2020. Acesso em: 19 mar. 2020.

[12] GONÇALVES, Mario C. Campeonato Paulista de 1918 – gripe espanhola e o fim da primeira guerra. Correio de Atibaia, 15 mar. 2020. Acesso em: 17 mar. 2020.

[13] A ‘INFLUENZA HESPANHOLA’. Correio Paulistano. n. 19857, p. 3, 16 out. 1918. Acesso em: 16 mar. 2020.

[14] A ‘INFLUNZA HESPANHOLA’. Correio Paulistano. n. 19869, p. 2, 28 out. 1918. Acesso em: 16 mar. 2020.

[15] COELHO, Paulo Vinicius. Crise do corona vírus só tem paralelo esportivo na gripe espanhola de 1918. Globoesporte, 12 mar. 2020. Acesso em: 16 mar. 2020.

[16] RODRIGUES, Nelson. A menina sem estrela: memórias. org. Ruy Castro, São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 57.

[17] Idem, p. 55-56.

[18] KERN, Max. Schon vor 102 Jahren stoppt Grippe Fussball. Blick. 11 mar. 2020. Acesso em: 16 mar. 2020.

[19] STOECKLIN, Chris; REALINI, Kim. Das Coronavirus schreibt Sport-Geschichte. Telebasel Sport Beitrag. 14 mar. 2020. Acesso em: 16 mar. 2020.

[20] KERN, Max. Schon vor 102 Jahren stoppt Grippe Fussball. Blick. 11 mar. 2020. Acesso em: 16 mar. 2020.

[21] DUARTE, Filipe. Gripe espanhola e revoluções: relembre as outras vezes em que o Gauchão deixou de ser disputado. Gaúcha ZH. 16 mar. 2018. Acesso em: 16 mar. 2020.

[22] BRASILIANISCHE FUßBALLER PROTESTIEREN GEGEN SPIELE. Süddeutsche Zeitung. 16 mar. 2020. Acesso em: 17 mar. 2020.

[23] Idem.

[24] REIS, Rafael. Há 100 anos, atacante do Chelsea sobreviveu à guerra e morreu em pandemia. UOL Esporte. 14 mar. 2020. Acesso em 17 mar. 2020.

[25] SERGEANT THOMAS CHARLESWORTH ALLSOPP – SOLDIER, CRICKETER AND FOOTBALLER. SouthEast-History-Boards. 09 fev. 2019. Acesso em: 16 mar. 2020.

[26] FRANCIS, Bill. 1918 Flu Pandemic Did Not Spare the Baseball. Baseball Hall of Fame. s/d. Acesso em: 16 mar. 2020.

[27] HOW THE SPORTING WORLD REACTED TO THE SPANISH FLU. RTE. 14 mar. 2020. Acesso em: 16 mar. 2020.

[28] CORONA-KRISE: AUSWIRKUNGEN AUF DEN FUSSBALL IM ÜBERBLICK. Deutscher Fussball-Bund. 17 mar. 2020. Acesso em: 19 mar. 2020.

[29] CORONAVIRUS: WAS DER DFB DEN VEREINEN RÄT. Kicker. 25 fev, 2020. Acesso em: 17 mar. 2020.

[30] Idem.

[31] Idem.

[32] Idem.

[33] CORONAVIRUS IM SPORT. Süddeutsche Zeitung. 17 mar. 2020. Acesso em: 17 mar. 2020.

[34] Idem.

[35] Idem.

[36] Idem.

[37] Idem.

[38] HERTHA BSC SCHICKT TEAM IN QUARANTÄNE. n-tv. 17 mar. 2020. Acesso em 18 mar. 2020.

[39] CORONAVIRUS IM SPORT. Süddeutsche Zeitung. 17 mar. 2020. Acesso em: 17 mar. 2020.

[40] Idem.

[41] REIS, Rafael. Há 100 anos, atacante do Chelsea sobreviveu à guerra e morreu em pandemia. UOL Esporte. 14 mar. 2020. Acesso em 17 mar. 2020.

[42] Idem.

[43] Idem.

[44] BERNARDO, Paulo. Casos de coronavírus passam de 200 mil e a OMS fala em ameaça sem precedentes. O Estado de S.Paulo. 18 mar. 2020. Acesso em: 20 mar. 2020.

[45] PASSOS, Larissa. Brasil tem 621 casos de coronavírus e transmissão sustentada muda atendimento em postos, diz ministério. Globo.com. 19 mar. 2020. Acesso em: 20 mar. 2020.

[46] CASOS DE CORONAVÍRUS NO BRASIL EM 21 DE MARÇO DE 2020. Globo.com, 24 mar. 2020. Acesso em: 24 mar. 2020.

[47] NACH AMSTERDAM-BESUCH: CORONAVIRUS BEI EX-BUNDESLIGA-PROFI VON HERTHA BSC. tz. 17 mar. 2020. Acesso em: 17 mar. 2020.

[48] BERGAMO-SPIELER GOSENS: „ES IST SEHR, SEHR KRASS“. Süddeutsche Zeitung. 16 mar. 2020. Acesso em: 17 mar. 2020.

[49] Idem.

[50] Idem.

[51] Idem.

[52] Idem.

[53] Idem.

[54] FIFA AND WHO LAUNCH FIVE KEY TACTICS TO TACKLE CORONAVIRUS. FIFA.com. 16 mar. 2020. Acesso em: 19 mar. 2020.

[55] Idem.

[56] Idem.

[57] Idem.

[58] Idem.

[59] Idem.

[60] Idem.

[61] COELHO, Paulo Vinicius. Crise do corona vírus só tem paralelo esportivo na gripe espanhola de 1918. Globoesporte, 12 mar. 2020. Acesso em: 16 mar. 2020.

[62] LOPES, Pedro. Casas cheias e treinos: isolados, atletas da seleção encaram o coronavírus. UOL Esporte. 19 mar. 2020. Acesso em: 19 mar. 2020.

[63] Idem.

[64] Idem.

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Elcio Loureiro Cornelsen

Membro Pesquisador do FULIA - Núcleo de Estudos sobre Futebol, Linguagem e Artes, da UFMG.

Como citar

CORNELSEN, Elcio Loureiro. Futebol em tempos de pandemia, ontem e hoje. Ludopédio, São Paulo, v. 129, n. 30, 2020.
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